Em entrevista para o portal Legislação & Mercados, nossa sócia Paula Chaves fala sobre o volume de operações feitas por fundos de private equity em 2024, as perspectivas para 2025 e os setores mais resilientes do private equity: Energia, saúde, mineração e tecnologia estão entre os segmentos que vêm sustentando as operações, em meio à queda do mercado.

 

Confira no recorte abaixo:

 

A elevação dos juros e a volatilidade do câmbio vêm postergando os investimentos e desinvestimentos dos fundos de private equity – e a expectativa de especialistas é que esse cenário se mantenha ao longo deste ano. Alguns setores, como o de energia, de saúde e de tecnologia, no entanto, vêm se mostrando mais resilientes.

“Em 2025, o cenário de transações envolvendo fundos de private equity tende a permanecer instável, considerando o cenário macroeconômico ainda incerto e a perspectiva de manutenção e até mesmo de alta da taxa de juros. Ainda assim, é possível esperar é que os fundos sigam priorizando investimentos estratégicos, seja em setores de destaque no mercado nacional, seja em alvos que apresentem sinergias operacionais e potencial de valorização no longo prazo”, avalia Paula Chaves, sócia do Coimbra, Chaves & Batista Advogados. Ela nota, no entanto, que setores historicamente estratégicos, como mineração e energia, continuam atraindo investimentos. “A existência de recursos naturais diversificados, a demanda contínua por bens e serviços e a escala do mercado brasileiro mantêm esses segmentos como polos de interesse para os fundos de private equity, mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador.”

Levantamento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital  (ABVCAP) mostrou queda de 44% no volume das operações feitas por fundos de private equity em 2024, em relação ao ano anterior.

 

 

– Levantamento da ABVCAP mostrou que o volume das operações feitas por fundos de private equity caiu 44%, enquanto o número de transações recuou 16,6% em 2024 (em relação a 2023). Como você avalia esse resultado?  6n5e2a

A redução no volume de operações societárias feitas por fundos de private equity já era de certa forma esperada, considerando o cenário macroeconômico brasileiro ainda incerto, caracterizado pela elevada taxa de juros e, mais recentemente, pela volatilidade cambial.

Essa conjuntura, independentemente das particularidades de cada setor, restringe o “apetite” dos fundos no mercado transacional, na medida em que a alta dos juros eleva o custo para financiamento das aquisições e impacta negativamente a precificação dos ativos-alvo. Além disso, muitos fundos internacionais avaliam a rentabilidade de seus investimentos em dólar e, diante da instabilidade cambial, adotam uma postura mais cautelosa, postergando decisões estratégicas ou revisando projeções de retorno.

 

– Quais setores têm se mostrado mais resistentes e resilientes, atraindo mais recursos dos fundos de private equity? 5s4829

Apesar da instabilidade do cenário macroeconômico brasileiro ter resultado na redução do volume de transações societárias envolvendo fundos de private equity, setores historicamente estratégicos, como mineração e energia, continuam atraindo investimentos. A existência de recursos naturais diversificados, a demanda contínua por bens e serviços e a escala do mercado brasileiro mantêm esses segmentos como polos de interesse para os fundos de private equity, mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador.

 

– O levantamento também mostrou queda nos desinvestimentos por parte dos fundos de private equity (recuo de 6%). Por que esse movimento ocorreu? g4t56

 Além de uma redução nos valuations de ativos detidos pelos fundos (refletida em múltiplos e rentabilidade menores, o que torna menos atrativas operações de saída em um cenário de venda), a incerteza macroeconômica em 2024 manteve restrita a alternativa de desinvestimento por meio de ofertas públicas de ações no mercado de capitais (IPOs).

 

– Em sua visão, quais são as perspectivas para 2025? Há expectativa de alguma retomada? 3i4n4e

Em 2025, o cenário de transações envolvendo fundos de private equity tende a permanecer instável, considerando o cenário macroeconômico ainda incerto e a perspectiva de manutenção e até mesmo de alta da taxa de juros. Ainda assim, é possível esperar é que os fundos sigam priorizando investimentos estratégicos, seja em setores de destaque no mercado nacional, seja em alvos que apresentem sinergias operacionais e potencial de valorização no longo prazo.

 

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